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NOVIDADES

10/08/14

Poesias ao pé do ouvido no Fliv

“Poemas Sussurrados” ocorreu no calçadão da Concha Acústica e na Praça da Matriz, no feriado municipal de aniversário da cidade

De maneira intimista, a artista Renata Roman sussurra, ao som de sua caixinha de música, uma poesia aos ouvidos atentos de uma criança, como se contasse um segredo. De olhos fechados, a expressão da criança se transforma à medida que o poema é recitado. Ao término, vem o sorriso de satisfação.
Esta cena se repetiu inúmeras vezes na intervenção poética itinerante “Poemas Sussurrados”, que ocorreu no calçadão da Concha Acústica e na Praça da Matriz, dia 8 de agosto, feriado municipal de aniversário da cidade, como parte a programação do Fliv – Festival Literário de Votuporanga.
Segundo a artista, a atividade proporciona o contato direto com a poesia de maneira diferenciada, por meio da experiência sensorial que a escuta proporciona. “Meu objetivo é que as pessoas possam se interessar pela poesia. Quando eu sussurro um poema, a pessoa o percebe de um modo diferente”, contou Renata.
No sábado, dia 9 de agosto, Renata Roman estará de volta ao centro de Votuporanga, a partir das 14h, para mais um “Poemas Sussurrados”.

4º FESTIVAL LITERÁRIO DE VOTUPORANGA
De 1º a 10 de agosto 
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08/08/14

Experiências da ditadura militar nortearam o bate-papo de Ignácio de Loyola Brandão

O público lotou os mais de 300 lugares do “Espaço Cine Fliv” parou para ouvir o autor falar sobre “A palavra cidadã”

Há exatamente 50 anos, a ditadura militar estourava no Brasil, fazendo com que jornais, revistas, escritores, pensadores e parte da classe artística fossem alvo de censura e perseguição. Foi com essa lembrança que o escritor e jornalista Ignácio de Loyola Brandão começou o “Bate-Papo com Escritores” da quarta edição do Fliv – Festival Literário de Votuporanga, no dia 07 de agosto.
O público, que lotou os mais de 300 lugares do “Espaço Cine Fliv”, parou para ouvir o autor falar sobre o tema proposto para a noite, “A palavra cidadã”. O curador literário do Fliv 2014, o poeta e jornalista Heitor Ferraz Mello, abriu a mesa comentado sobre as várias obras de Loyola, entre elas, “Zero”, uma das mais notórias e marcantes para o escritor.

Mello ainda apresentou os livros “Não verás país nenhum”, “O verde violentou o muro” e o mais recente lançamento de Loyola, “Solidão no fundo da agulha”, reunião de crônicas com atmosfera musical, ilustrado com fotos de Paulo Melo Jr., acompanhando por um CD com músicas interpretadas por sua filha, Rita Gullo.

Censura - Com uma trajetória de quase 50 anos atuando como jornalista e escritor, Loyola recordou o começo de sua carreira como jornalista no extinto “Última Hora”, no final da década de 60, coincidindo com os anos difíceis da repressão militar. “Naquela época a redação tinha um membro incomum, o ‘censor’, que era a pessoa encarregada de revisar todo o material e garantir que não houvesse nenhum conteúdo inadequado”, comentou o escritor.

A partir disso, ele começou a guardar em uma gaveta da redação todos os conteúdos que eram vetados, surgindo assim, muitos recortes de notícias e histórias que, de certa forma, chamavam sua atenção. Mais tarde, esses recortes ganharam vida nas páginas de seu romance “Zero”, retratando a situação vivida no Brasil naquela época. “O livro foi recusado em diversas editoras que não queriam publicar algo com um conteúdo tão pesado para aqueles 25 anos tenebrosos”, contou Loyola.

Por essa razão, seu livro foi publicado primeiro na Itália há exatos 40 anos e traduzido por seu amigo e romancista italiano, Antonio Tabucchi. “Zero” só ganhou exemplares no Brasil anos depois. Loyola lembrou ainda um fato curioso sobre a obra: “quando ‘Zero’ foi publicado no Brasil e depois censurado, ele se tornou uma raridade. Havia versões xerocadas e datilografadas”.

E depois de quase duas horas de bate-papo, o mediador do encontro Heitor Ferraz Mello convidou o público a se dirigir ao “Espaço das Livrarias”, na Praça da Matriz, onde Brandão estaria à disposição para autografar seus livros.


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07/08/14

Cancelado “bate-papo” com o músico Marcelo Yuka no Fliv

Atividade será substituída por encontro com Paulo Lins, sobre construção de roteiros

O bate-papo marcado para acontecer amanhã, 08 de agosto, no “Espaço Cine Fliv” às 17h com o músico, poeta, ativista social e pensador brasileiro Marcelo Yuka foi cancelado. O convidado teve problemas de saúde e seu médico apresentou laudo que o impediu de viajar e participar da quarta edição do FLIV – Festival Literário de Votuporanga.

Em substituição, uma nova mesa será formada para a série “Bate-Papo com Escritores”. Paulo Lins, escritor, roteirista e patrono do Fliv 2014, falará sobre a “Construção do roteiro: Cinema e televisão”.

Com mediação do escritor, poeta, jornalista e curador literário do Fliv 2014, Heitor Ferraz Mello, o escritor carioca explicará como viu sua obra mais notória, “Cidade de Deus”, ser contada em película, no longa dirigido por Fernando Meireles. Além disso, Lins contará detalhes de seu trabalho como roteirista nas minisséries “Suburbia” e “Cidade dos homens” (Rede Globo) e nos filmes “Quase dois irmãos”, de Lúcia Murat e, mais recentemente, no longa “Faroeste Caboclo”.

 

FLIV– “Bate-Papo com Escritores”

Dia 08 de agosto, sexta-feira

Horário:17 horas

Construção do roteiro: Cinema e televisão - com Paulo Lins

Mediação:Heitor Ferraz Mello

Local:Espaço Cine FLIV

 


07/08/14

Fliv 2014 recebe o sarau “Parada Poética”, com Renan Inquérito

Projeto tem como intenção desmistificar o conceito de que o escritor vive em um lugar inacessível e diferente do nosso

“Vendo pó, vendo pó, poesia!”. Foi com estas palavras ao som de um megafone, que o geógrafo, poeta e rapper, Renan Inquérito, desceu as escadas da Concha Acústica “Prof. Geraldo Alves Machado”, na manhã desta quinta-feira, dia 7 de agosto.

Esse foi o mote para o rapper iniciar seu sarau “Parada Poética”, que chega ao Fliv - Festival Literário de Votuporanga, depois de ser apresentado em Campinas e cidades da região metropolitana. 

E como preza a tradição de um bom sarau em que as pessoas podem se manifestar artisticamente de maneira livre, o artista preparou uma surpresa para os cerca de 400 jovens e crianças que compareceram ao local. Entrou para a plateia seus “Pinos Poéticos”, que continham um papel com versos de poesias feitas por Inquérito. Quem se sentisse à vontade, poderia ler o poema para todos. 

Renan é conhecido pelo amplo desenvolvimento com a literatura marginal e, segundo ele, este projeto tem como intenção desmistificar o conceito de que o escritor vive em um lugar inacessível e diferente do nosso. “Quero trazer a poesia para perto de vocês da forma mais crua e simples possível. Qualquer pessoa pode ser poeta”, comenta. 

07/08/14

Jorge Aragão é o último cantor a se apresentar durante o Fliv

Show gratuito acontece a partir das 21 horas deste sábado no palco da Concha Acústica
 
Para encerrar a grade de shows gratuitos da programação do Fliv (Festival Literário de Votuporanga) o cantor Jorge Aragão se apresenta neste sábado (09/8), gratuitamente, no palco da Concha Acústica, às 21 horas.
Filho de mãe acreana, Jorge começou sua carreira pelo samba na década de 1970, em bailes e casas noturnas. Como compositor, despontou em 1976, quando Elza Soares gravou sua composição "Malandro" (com Jotabê). Foi integrante do grupo Fundo de Quintal (núcleo do gênero pagode) e um de seus principais compositores e letristas, tendo por isso abandonado o conjunto algum tempo depois para dedicar-se à carreira solo. Quase todos os grandes intérpretes de samba (Beth Carvalho, Alcione, Zeca Pagodinho, Martinho da Vila) têm canções de Jorge Aragão em seu repertório.
Entre seus sucessos estão "Coisinha do Pai" (com Almir Guineto e Luiz Carlos), consagrado na gravação de Beth Carvalho que valeu uma gravação inédita em 1997 para acordar Mars Pathfinder um robô da Nasa em Marte; "Coisa de Pele", "Vou Festejar", "Alvará", "Terceira Pessoa", "Amigos… Amantes", "Do Fundo do Nosso Quintal" e "Enredo do Meu Samba" entre outras.
Com quase 30 anos dedicados inteiramente à MPB, Jorge Aragão continua em atividade. O veterano do samba se mantém firme no mercado, apostando em uma série de CDs ao vivo (Ao vivo 1 e 2). Atualmente o sambista está com o disco `E aí?`, com boa recepção do público.

06/08/14

Tesourinha é homenageado no Fliv 2014

Saxofonista há 66 anos, Tesourinha é reverenciado durante apresentação da Corporação Musical Zequinha de Abreu

Na noite da última segunda-feira, dia 04, durante a apresentação da Corporação Musical Zequinha de Abreu dentro da programação do 4º Festival Literário de Votuporanga, a secretária da Cultura e Turismo, Silvia Stipp, entregou, com o maestro Horário dos Santos Júnior (Tuca), um certificado ao saxofonista da banda, Eugênio da Silva, por ter sido um dos pioneiros da música instrumental em Votuporanga, em meados da década de 50.

A homenagem, que contou com a presença de familiares e participação do filho Lucas e o neto Felipe na homenagem do artista, teve como convidado o jornalista João Carlos Ferreira para mestre de cerimônias. Na oportunidade, a plateia foi presenteada com o CD gravado pelo músico. “O Tesourinha, com sua experiência de mais de 60 anos de carreira, merece todas as honras por ser sinônimo de boa música que encantou e encanta gerações de Votuporanga e de todo o país”.

História
Foi como aprendiz de alfaiate, em 1948, que Eugênio da Silva, passou a ser chamado Tesourinha. Filho de lavradores de uma família de nove irmãos, ele começou muito cedo como engraxate no Cine Paramount e depois aprendiz de alfaiate pelas mãos de Luiz Barbosa, numa sala comercial na Rua Amazonas.

Aos 17 anos, foi convidado pelo Ditinho Alfaiate para compor uma orquestra e pouco tempo depois já tinha o seu lugar na Banda Municipal que abrilhantava as festividades da cidade na administração do Capitão Almeida (1952 a 1956).

Na época, o Cine Paramount possuía apenas uma máquina projetora e havia necessidade de interrupção do filme para a troca de rolos. Para descontrair os espectadores, acontecia, então, dentro do cinema, a apresentação do Ditinho e a sua Orquestra. É dessa época também a animação da Banda Municipal nas quermesses para levantar fundos para a construção da Santa Casa e da Igreja Matriz Nossa Senhora Aparecida.

06/08/14

Paulo Lins e Luiz Ruffato abordam o retrato do Brasil na literatura contemporânea

Ruffato acredita que a literatura contemporânea brasileira nunca esteve tão bem; Lins vê a cultura como uma das coisas mais importantes da vida

Em um país à margem, como se encontra a atual produção literária brasileira? Para responder a esta indagação, o terceiro encontro da série “Bate-Papo com Escritores” do Fliv - Festival Literário de Votuporanga recebeu nesta terça-feira, dia 5 de agosto, os romancistas Luiz Ruffato e Paulo Lins. A mediação do encontro ficou sob a responsabilidade, mais uma vez, de Heitor Ferraz Mello – poeta, escritor, jornalista e curador literário do Fliv 2014.

O tema proposto para este encontro, “A palavra país”, levou os escritores a uma série de reflexões. Para Ruffato, a literatura contemporânea brasileira nunca esteve tão bem em certos pontos. “Hoje temos vários aspectos sendo discutidos. Além de questões cotidianas, a periferia falando para a periferia, encontra-se em um grande momento”. O escritor ainda ressaltou que “apesar de atualmente a maioria dos autores ser mulher – e isso é muito importante -, temos um longo caminho para pensar o que a literatura representa efetivamente na cena brasileira”.

Paulo Lins, que já participou da terceira edição do Fliv e neste ano voltou como patrono e escritor homenageado, concordou com o pensamento de Ruffato, porém, fez uma ressalva. “A presença da literatura na periferia é importante, mesmo sendo pouca. O grupo é mínimo, mas a cultura sempre esteve no meio da pobreza, é impossível não estar”, afirmou o autor do livro “Cidade de Deus”.

Num outro momento do bate-papo, os escritores também concordaram em dizer sobre como a visão de cidadão reflete na visão do escritor. Em “Cidade de Deus”, por exemplo, os personagens que estão na obra são considerados, por ele, filhos da escravidão. “A violência urbana, o racismo existente na polícia, mostrados no livro, entre outras coisas, são resultados de um Brasil colonizado por 200 anos”, comenta Lins. 

Para o fim do encontro, o escritor deixou uma reflexão à plateia. “Vejo a cultura como uma das coisas mais importantes que se têm na vida. Pode parecer mentira, mas talvez seja ela que salvou os negros da escravidão”, finaliza. 

A série de “Bate-Papo com Escritores” continua ao longo da semana, com a participação de nomes como Ignácio de Loyola Brandão, Ronaldo Correia de Brito, Antonio Geraldo Figueiredo Ferreira, além dos roteiristas Fernando Bonassi e Luiz Bolognesi e do músico Marcelo Yuka.

Programação Bate-Papo com Escritores

Dia 07 de agosto, quinta-feira
Horário: 19h30
Local: Espaço Cine FLIV
A palavra cidadã – com Ignácio de Loyola Brandão
Mediação: Heitor Ferraz Mello
Há 40 anos, o escritor Ignácio de Loyola Brandão lançava, na Itália, o romance “Zero”, que trata da repressão e do desejo de liberdade. Neste encontro, ele vai falar sobre seu livro e os 50 anos do Golpe Militar, no Brasil.
Ignácio de Loyola Brandão é escritor e jornalista. Considerado um dos mais importantes escritores do país, ele já publicou vários livros, entre romances, contos e crônicas. É autor, entre outros, de “Bebel que a cidade comeu”, “Zero”, “Não verás país nenhum” e “O verde violentou o muro”. Seu mais recente lançamento é o livro de memórias “Solidão no fundo da agulha”, com fotos de Paulo Melo Jr. e um CD com canções interpretadas por sua filha Rita Gullo.

Dia 08 de agosto, sexta-feira
Horário: 17h
A palavra mixada - com Marcelo Yuka
Local: Espaço Cine FLIV
Mediação: Paulo Lins
Com forte poder de comunicação, a poesia e a música de Marcelo Yuka retratam a vida vertiginosa das grandes cidades. Neste encontro, Yuka vai falar da sua música como pauta das lutas sociais e também sobre os principais momentos de sua carreira.

Dia 09 de agosto, sábado
Horário: 17h
Local: Espaço Cine FLIV
A palavra projetada – com Fernando Bonassi e Luis Bolognesi
Mediação: Heitor Ferraz Mello
A palavra recriada pelo mundo das imagens, nas telas do cinema e da televisão. Para falar sobre a influência da literatura nos roteiros cinematográficos, esta mesa reúne o escritor e roteirista Fernando Bonassi e o roteirista e diretor de cinema Luiz Bolognesi.
Fernando Bonassi é escritor, dramaturgo e roteirista. Publicou, entre outros livros, “Um Céu de Estrelas”, “Subúrbio”, “Passaporte” e “Prova Contrária”. É também corroteirista dos filmes “Os Matadores” (de Beto Brant), “Através da janela” (de Tata Amaral), “ Castelo Rá Tim Bum” (de Cao Hamburguer), e “Estação Carandiru” (de Hector Babenco). Criou e desenvolveu, em parceria com Marçal Aquino, os seriados "Força Tarefa" e "O Caçador", para a Rede Globo de Televisão. Luiz Bolognesi é roteirista e diretor de cinema. É dele o roteiro do filme “Bicho de Sete Cabeças” e “As melhores coisas do mundo”, ambos com direção de Laís Bodanzky. Como diretor, assina a animação “Uma história de amor e fúria”. Seu trabalho mais recente é “Amazônia”, de Thierry Ragobert, e o documentário “Educação.doc”, em parceria com Bodanzky.


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06/08/14

Fliv recebe a contação de histórias “Uirapuru”, com Aline Alencar

Utilizando recursos de manipulação de bonecos, a atriz narrou a lenda do pássaro encantado que traz felicidade para as pessoas


Lendas que fazem parte do imaginário dos povos indígenas brasileiros deram o tom da manhã desta quarta-feira, dia 6 de agosto, no Fliv – Festival Literário Votuporanga. Cerca de 100 crianças, com idades entre 5 e 10 anos, que ocuparam o Espaço Cine Fliv, não desgrudaram os olhos da atriz e diretora da Cia Forrobodó de Teatro, Aline Alencar, durante a contação da história “Uirapuru”.

Utilizando recursos de manipulação de bonecos, a atriz narrou a lenda do uirapuru, pássaro encantado que traz felicidade para as pessoas. “É por meio dele que as crianças ficam sabendo desse universo de histórias, despertando nelas sentimentos como esperança, coragem e amor”, explica a diretora da companhia. Aline acrescenta ainda, que “a Cia Forrobodó busca referências na região nordeste do Brasil e possui um completo estudo sobre a literatura popular e de cordel”. 

Samily Nascimento, de 8 anos, aluna do CEM “Prof. Maria Martins e Lourenço”, estava com os olhos vidrados no espetáculo e até aquele momento não conhecia nenhuma lenda indígena. “Achei muito legal, principalmente quando fizemos um pedido para o pássaro encantado, espero que ele se realize”, disse.

Até o dia 10 de agosto o Fliv prossegue com uma série de atividades gratuitas para as crianças, como contações de histórias, espetáculos teatrais, exibição de filmes, oficinas de musicalização, espetáculo circense, shows musicais, oficinas de aquarela, entre outras.


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11/08/14

Ronaldo de Britto e Antonio Geraldo falam sobre a importância do cotidiano na criação literária

Observar e ouvir atentamente fatos cotidianos. Estes podem ser os pontos de partida para novas criações literárias, segundo os romancistas Ronaldo Correia de Britto e Antonio Geraldo Figueiredo Ferreira. A dupla participou de mais um “Bate-Papo com Escritores” da quarta edição do FLIV – Festival Literário de Votuporanga, dia 6 de agosto, no “Espaço Cine Fliv”.

O encontro foi mediado pelo curador literário do Fliv 2014, o poeta e jornalista Heitor Ferraz Mello, que abriu os trabalhos fazendo referência aos livros de Ronaldo de Britto, “Galileia” e de Antonio Geraldo, “As visitas que hoje estamos”, ambas com relação direta à temática proposta para o bate-papo: “A Palavra Interior”. Para Heitor Ferraz Mello, o trabalho dos escritores proporciona ao leitor “um mergulho no interior”.

Discorrendo sobre suas publicações, os autores explicaram que o cotidiano exerce função crucial na construção literária, já que são a partir de situações vivenciadas que ocorre a idealização das histórias. Antonio Geraldo Figueiredo Ferreira, contou que para escrever “As visitas que hoje estamos”, observou as pessoas à sua volta atentamente e utilizou traços que poderiam enriquecer o seu enredo. “Em uma época em que estamos tão acelerados é um desafio tornar-se um observador”.

Já o cearense Ronaldo de Britto, exemplificou descrevendo a importância da oralidade em sua formação como escritor. Foi a partir das histórias contadas pelos “contadores de histórias” de sua cidade natal que ele começou a imaginar e reinventar novos cenários para o que era absorvido. “Minha avó sempre contava como meu avô morreu, de tanto ela contar, eu resolvi escrever do meu jeito, queria escrever de um modo mais bonito, poético. Evidentemente inventei uma versão que não era totalmente fiel à história contada por minha avó”.

Outro ponto abordado pelos autores foi a questão da identificação que a literatura deve exercer no leitor. Dessa forma, quando se escreve um livro, ele não é mais do autor, torna-se do indivíduo que encontrou sua voz nas páginas da obra literária.

Por fim, a mesa foi aberta para perguntas do público que participou de forma ativa do debate. Os autores leram ainda trechos de suas obras que possuíam forte relação com situações vividas por eles.


05/08/14

Chacal e Alice Sant’anna promovem encontro de gerações em torno da poesia

A poesia foi o destaque da segunda noite da série “Bate-Papo com Escritores”, da quarta edição do FLIV – Festival Literário de Votuporanga, nesta segunda-feira, dia 4 de agosto. Os convidados, Chacal, pioneiro da poesiamarginal surgida nos anos 70 e a jovem poetisa carioca de 26 anos, Alice Sant’Anna, promoveram um encontro de gerações em torno da poesia.

Cerca de 200 pessoas ocuparam aplateia do “Espaço Cine Fliv” para ouvir os autores – mediados pelo jornalistae curador do Fliv, Heitor Ferraz Mello – falarem sobre o tema proposto para anoite, “A palavra afaga e apedreja”.

 

Essa diferença de gerações ficou evidenciada quando os poetas discorreram sobre como este gênero literário começoua fazer parte de suas vidas. Para Chacal o divisor, de águas em sua carreira como poeta foram as poesias de Oswald de Andrade e a psicodelia dos Beatles,que provocaram identificação quase imediata ao escritor.

 

Sua primeira publicação foi feita demodo independente e a partir da ideia de um amigo, que sugeriu que Chacalmimeografasse seu primeiro livro, fazendo assim emergir o poeta marginal noqual ficou conhecido. “O próprio ato de fazer poesia pode ser considerado umaforma de protesto, já que se torna contrária à forma estrutural com que a prosaé geralmente apresentada”, argumentou o poeta.


Por sua vez, Alice Sant’Anna contouque foi a partir de uma pesquisa escolar que descobriu a poetisa Ana Cristina César e se apaixonou, fato que a motivou a começar a escrever seus  próprios poemas. Além disso, Alice comentou que “que a melhor parte de fazer poesia são os encontros proporcionados e a possibilidade de novos amigos”.


Chacal e Alice concordam que a forma sintética e a estrutura fora do convencional são os principais motivos para sefazer poesia, além da subjetividade própria dos poemas. Desta forma, possibilitam ao público criar uma relação com a escrita para o significado surgir fazendo com que cada indivíduo tenha sua própria interpretação.


A série de “Bate-Papo com Escritores”continua ao longo da semana, com a participação de nomes como Ignácio de Loyola Brandão, Paulo Lins, Ronaldo Correia de Brito, Luiz Ruffato, Antonio Geraldo Figueiredo Ferreira, além dos roteiristas Fernando Bonassi e Luiz Bolognesi edo músico Marcelo Yuka.

 

 

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